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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Infecções respiratórias mais comuns causadas por bactérias


Em todos os casos de resfriados e gripes, os cuidados com a  conservação do calor corporal, principalmente nas crianças e à noite, enquanto dormem, são fundamentais para prevenir as complicações bacterianas que causam  pneumonia e outras doenças respiratórias tais como:


 Sinusite.

É a mais comum das complicações do resfriado e  geralmente ocorre ao final deste.
A sinusite é uma inflamação das cavidades dos ossos da face (seios) que se comunicam com a cavidade nasal e provoca dor acima dos olhos e nos maxilares e que se agrava ao abaixar a cabeça, além de produzir catarro ou muco espesso e às vezes mau cheiro.  
É muito comum a sinusite ser confundida com uma rinite alérgica, porém  a  última  não é provocada por microrganismos e não há, portanto, uma infecção, mas sim, apenas uma reação alérgica ao frio, ventos ou  à  umidade.

2  Bronquite e bronquiolite.

É comum, após um resfriado e gripes, o aparecimento de uma inflamação nos brônquios, a bronquite, com o surgimento de  tosse que pode ser catarral ou seca. A tosse seca persistindo   por  mais  tempo,  pode estar associada também a um fator alérgico, mas geralmente, é provocada por bactérias.
Mais adiante tratamos especificamente das alergias respiratórias e da asma.

Tem sido chamado de "bronquiolite" a inflamação dos brônquios que ocorre em crianças até os 3 anos e principalmente em bebês de 3 a 6 meses no tempo frio e mormente nos prematuros ou nos que não mamaram no peito.

3 Pneumonia ou Pneumonia pneumocócica   (considerações gerais):
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São as complicações mais graves e comuns dos resfriados e das gripes e ainda, de bronquites, asmas, coqueluches ou após uma doença grave qualquer, como o sarampo. Trata-se de uma doença aguda e repentina, como o resfriado, sendo mais comum em crianças e em idosos acima de 65 anos.
Os sintomas são: Febre alta, acompanhada de calafrios e tremores (pode não haver febre principalmente nos adultos), dor no tórax, falta de ar, tosse, muco amarelo esverdeado, catarro sanguinolento e respiração rápida e superficial, às vezes com chiado.

4 Meningite  (considerações gerais):

Depois da pneumonia, a meningite é a mais grave complicação de resfriados e gripes. É a doença mais traiçoeira em nosso meio e acomete principalmente  crianças e jovens já resfriados ou gripados.
A bactéria, o meningococo, na maioria das vezes,  se aproveita de um forte resfriado para penetrar a mucosa, geralmente no clima frio,  na entrada de frentes frias e nas mudanças climáticas  bruscas.
A infecção pode ser causada também  por vírus, protozoários ou fungos, mas a forma bacteriana, a meningite meningocócica,  é a mais comum e geralmente a que produz as epidemias de meningite.

Não se sabe ainda exatamente como e porque a bactéria, que normalmente  se encontra  em 5%  da  população, consegue repentinamente transpor  a barreira das mucosas   e  invadir as meninges.   Achamos muito  provável   que a meningite bacteriana  seja também  favorecida  pela ação dos vírus que provocam a infecção inicial, um resfriado ou uma gripe, pois geralmente ela acompanha estes. 
Os sintomas são:
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Geralmente há um forte resfriado  com excessiva secreção nasal, febre, vômitos fortes, rigidez ou dor na nuca e nas costas; cefaléia forte (dor de cabeça), alterações na pele com petéqueas, (manchas vermelhas ou  roxas e erupções) geralmente na região do peito ou nas pernas e tornozelos. Finalmente,  falta de apetite, falta de ar, apatia, sudorese intensa,  alterações da consciência, convulsões e coma.
A  melhor prevenção é então procurar  evitar  os resfriados, gripes e as infecções na garganta.

5 Febre reumática, escarlatina e glomerulonefrite  (considerações gerais):

A febre reumática ou reumatismo infecciosoa escarlatina e a glomerulonefritesão infecções das vias aéreas provocadas pela bactéria  Streptococus pyogenes.  Da mesma forma que em outras infecções já vistas, o microrganismo causador se localiza na garganta   e eventualmente pode invadir o organismo a partir de desequilíbrios na mucosa provocando inicialmente  a chamada  faringite estreptocócica.
Os sintomas são: Dor de garganta e febre muito alta.  A dor de garganta pode durar uma semana ou mais e a febre pode ser em torno de 40º C.  Nos casos não tratados, após a fase inicial, advém a fase crônica da doença e a bactéria recrudesce.
Isso ocorre duas ou três semanas após a infecção primária, provocando surtos febris vespertinos, calafrios, inflamação nas articulações e nos músculos involuntários, nódulos sob a pele e, finalmente, degeneração das válvulas cardíacas, caracterizando a febre reumática ou reumatismo infeccioso.

Se a bactéria não for bem combatida, pode migrar da garganta e se localizar em outras regiões do corpo, produzindo uma toxina que provoca, principalmente nas crianças entre 3 e 10 anos, uma reação de hipersensibilidade de seu sistema imunológico à toxina bacteriana citada.

No caso da febre reumática, a bactéria inflama as articulações e as válvulas do coração, o que pode depois obrigar o paciente a sofrer cirurgias corretivas. Pode também provocar sinusites, otites, infecção nos pulmões e nas articulações e ainda atacar os rins provocando a glomerulonefrite.

6  Amigdalites e faringites  (dor de garganta):

São infecções das amígdalas ou da garganta provocadas por vários tipos de bactérias e não pelos vírus. Diferentemente de gripes e resfriados, que são causadas por vírus, estas  podem  ser tratadas com antibióticos. 
A grande maioria  das faringites (90%) são provocadas pelo Streptococus pyogenes.
Os sintomas são: Geralmente febre muito alta (40°C ou mais),mas é preciso ficar atento, pois somente cerca de 20% das  inflamações de garganta   são provocadas pelas bactérias, devendo-se ter o cuidado para não tomar antibióticos desnecessariamente, pois podem ser causadas por um simples resfriado ou uma gripe.

Nas amigdalites, faringites ou traqueites já instaladas as melhores atitudes são: evitar falar muito e  em clima frio  manter o corpo aquecido , procurando logo um especialista  em caso de febre alta (sem  os  sintomas  de  resfriado ou gripe).

7 Tuberculose  (considerações gerais): 

É uma doença lenta e progressiva e que geralmente se estabelece no organismo antes mesmo do aparecimento dos sintomas.  Ocorre nos pulmões, mas pode ocorrer em outros órgãos, sendo que o ser humano é o reservatório quase que exclusivo da bactéria Micobacterium tuberculosis ou “Bacilo de Koch” na natureza.

Os sintomas são: 
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Tosse crônica persistente e com catarro, principalmente ao acordar, febre vespertina, perda de apetite e de peso, fadiga, mal estar geral e suores noturnos, dores vagas no tórax.
Nos casos mais graves há eliminação de sangue pela tosse, a pele fica pálida e pode até haver rouquidão.

A tuberculose é transmitida pelo ar ou através de objetos contaminados, como lenços infectados ou copos, xícaras e talheres  mal lavados. Além do Micobacterium tuberculosis  há  o Micobacterium bovis, que é um patógeno do gado, mas que  também é  transmitido ao homem através do consumo do leite “in natura”, não pasteurizado ou não fervido.
  
A bactéria da tuberculose se aloja nos alvéolos pulmonares e evolui lentamente.  Após um mês, a sua presença já pode ser evidenciada pelo teste da tuberculina (P.P.D.). Se o teste der positivo em 48 horas, significa que a pessoa já foi infectada pela bactéria, mas isso não quer dizer que já esteja ou que vá ficar doente, mas sim, que entrou em contato com o microrganismo.
A infecção primária pode passar despercebida até que um exame radiológico diagnostique a doença.  Só com a evolução desta aparecem os sintomas já descritos, mas nas crianças a positividade ao teste já é sinal de alerta, pois a incidência da doença é maior nelas e nos adultos jovens.

É necessário tratamento médico, pois o bacilo forma tubérculos encapsulados nos alvéolos pulmonares e se um vaso sanguíneo se rompe, este pode invadir a corrente sanguínea sendo transportado para todo o corpo, formando tubérculos em outros locais. A morte sobrevém quando há danos suficientes nos pulmões ou em outros órgãos vitais do organismo.
Existem muitas reincidências da doença devido às dificuldades do tratamento, que dura mais de um ano e é feito com agentes antimicrobianos.

Antes do advento dos antibióticos ou de quimioterápicos específicos, o tratamento da doença consistia em manter o paciente em clínicas especializadas (sanatórios), geralmente situados em locais altos e de clima seco e saudável e a Suíça era o país que oferecia as melhores condições.
No Brasil  havia também ótimos locais, mas um dos segredos do tratamento era a helioterapia, ou seja, a exposição do paciente à ação benéfica do sol.
Com o surgimento dos antibióticos, essa prática quase desapareceu, entretanto  recomendamos  a  radiação solar  preventiva.

8  Difteria.

A difteria é causada pelo bacilo diftérico ou Corinaebacterium difteriae, que é uma bactéria que também se localiza na faringe e produz uma toxina que necrosa os tecidos, além de  fabricar uma falsa membrana que, num estágio avançado da doença, pode vir a bloquear a traquéia, sufocando a vítima. 
A exotoxina circula no sangue, atacando os rins, o sistema nervoso e o coração e a doença é típica de climas mais temperados ou frios, cuja  taxa de portadores assintomáticos é de 5% a 10% nas áreas endêmicas. 
Porém, esta doença, que já foi muito comum nos EUA e na Europa,  quase não mais ocorre devido aos antibióticos e à vacinoterapia.
No Brasil, a doença é muito rara  e  da mesma forma que  as  doenças bacterianas da nasofaringe, poderá em  casos isolados ou   em surtos epidêmicos,  ser prevenida com a aplicação da técnica nº 1 da radiação solar na garganta.

Doenças causadas por fungos.

Observação: por serem doenças relativamente  raras, incluímos as doenças respiratórias  causadas pelos fungos no capítulo das doenças bacterianas e fizemos apenas uma rápida abordagem sobre o assunto.

Várias infecções das vias aéreas  inferiores (pulmões) são causadas pelos fungos transmitidos pelo ar, que são encontrados no solo ou na vegetação morta.
Os esporos (formas resistentes)  ou fragmentos de hifas  são  inalados ou podem ainda entrar no corpo por intermédio de um ferimento ou de  uma lesão na pele, podendo causar infecção nos pulmões.  Eventualmente, se espalham pelo corpo e produzem uma infecção generalizada que normalmente é muito perigosa.

Felizmente, possuímos boa resistência contra os fungos, a não ser quando estamos debilitados por alguma doença como a AIDS, tuberculose, câncer, diabete e leucemia.
Como esses fungos se localizam geralmente nos pulmões, fica difícil sua prevenção.
As  doenças  causadas  por  fungos  mais comuns são: Histoplasmose, Blastomicose, Criptococose e as Coccidioidomicoses.










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