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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O sistema nervoso periférico e suas divisões

O conjunto de nervos cranianos e raquidianos forma o sistema nervoso periférico.
Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico pode ainda subdividir-se em duas partes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso autônomo ou de vida vegetativa.
As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados esqueléticos, que estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário ou somático. Já as ações involuntárias resultam da contração das musculaturas lisa e cardíaca, controladas pelo sistema nervoso periférico autônomo, também chamado involuntário ou visceral.
SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora do SNP voluntário fica localizado dentro do SNC e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva.
SNP Autônomo ou Visceral, como o próprio nome diz, funciona independentemente de nossa vontade e tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Um nervo motor do SNP autônomo difere de um nervo motor do SNP voluntário pelo fato de conter dois tipos de neurônios, um neurônio pré-ganglionare outro pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pré-ganglionar fica localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio, onde o impulso nervoso é transmitido sinapticamente ao neurônio pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio pós-ganglionar fica no interior do gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador, que pode ser um músculo liso ou cardíaco.
O sistema nervoso autônomo compõe-se de três partes:
  • Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são formados por pequenas dilatações denominadas gânglios, num total de 23 pares.
  • Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de nutrição, como o estômago, o coração e os pulmões.
  • Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos raquidianos, fazendo com que os sistema autônomo não seja totalmente independente do sistema nervoso cefalorraquidiano.  
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.

O sistema nervoso autônomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. De modo geral, esses dois sistemas têm funções contrárias (antagônicas). Um corrige os excessos do outro. Por exemplo, se o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos.
O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistema simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo.
Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades relaxantes, como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras.
Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é que as fibras pós-ganglionares dos dois sistemas normalmente secretam diferentes hormônios. O hormônio secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos.
Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos. As fibras adrenérgicas ligam o sistema nervoso central à glândula supra-renal, promovendo aumento da secreção de adrenalina, hormônio que produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress.
A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira antagônica.

ÓrgãoEfeito da estimulação simpáticaEfeito da estimulação parassimpática
Olho: pupila
Músculo ciliar
Dilatada
nenhum
Contraída
Excitado
Glândulas gastrointestinais
vasoconstrição
Estimulação de secreção
Glândulas sudoríparas
sudação
Nenhum
Coração: músculo (miocárdio)
Coronárias
Atividade aumentada
Vasodilatação
Diminuição da atividade
Constrição
Vasos sanguíneos sistêmicos:
Abdominal
Músculo
Pele
Constrição
Dilatação
Constrição ou dilatação
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Pulmões: brônquios
Vasos sangüíneos
Dilatação
Constrição moderada
Constrição
Nenhum
Tubo digestivo: luz
Esfíncteres
Diminuição do tônus e da peristalse
Aumento do tônus
Aumento do tônus e do peristaltismo
Diminuição do tônus
Fígado
Liberação de glicose
Nenhum
Rim
Diminuição da produção de urina
Nenhum
Bexiga: corpo
Esfíncter
Inibição
Excitação
Excitação
Inibição
Ato sexual masculino
Ejaculação
Ereção
Glicose sangüínea
Aumento
Nenhum
Metabolismo basal
Aumento em até 50%
Nenhum
Atividade mental
Aumento
Nenhum
Secreção da medula supra-renal (adrenalina)
Aumento
Nenhum

Em geral, quando os centros simpáticos cerebrais se tornam excitados, estimulam, simultaneamente, quase todos os nervos simpáticos, preparando o corpo para a atividade.
 
Além do mecanismo da descarga em massa do sistema simpático, algumas condições fisiológicas podem estimular partes localizadas desse sistema. Duas das condições são as seguintes:
  • Reflexos calóricos: o calor aplicado à pele determina um reflexo que passa através da medula espinhal e volta a ela, dilatando os vasos sangüíneos cutâneos. Também o aquecimento do sangue que passa através do centro de controle térmico do hipotálamo aumenta o grau de vasodilatação superficial, sem alterar os vasos profundos.
  • Exercícios: durante o exercício físico, o metabolismo aumentado nos músculos tem um efeito local de dilatação dos vasos sangüíneos musculares; porém, ao mesmo tempo, o sistema simpático tem efeito vasoconstritor para a maioria das outras regiões do corpo. A vasodilatação muscular permite que o sangue flua facilmente através dos músculos, enquanto a vasoconstrição diminui o fluxo sangüíneo em todas as regiões do corpo, exceto no coração e no cérebro.

sábado, 26 de outubro de 2013

As células nervosas e o sistema nervoso



O elemento básico do sistema nervoso é a célula nervosa, ou neurônio. Em conjunto, os neurônios formam os nervos, fibras que transmitem os impulsos pelo corpo. Uma cobertura protetora de mielina, uma substância gordurosa, isola partes das fibras.

A ação das células nervosas é elétrica e química. Nas extremidades de cada célula nervosa existem regiões especializadas chamadas de terminais sinápticos, que contêm grande quantidade de minúsculos sacos membranosos que retém as substâncias químicas neurotransmissoras. Essas substâncias transmitem os impulsos nervosos de uma célula nervosa a outra. Após um impulso nervoso elétrico ter percorrido um neurônio, ele chega ao terminal e estimula a liberação de neurotransmissores de seus sacos.

Os neurotransmissores atravessam a sinapse (junção entre os neurônios vizinhos) e estimulam a produção de uma carga elétrica, que leva o impulso nervoso adiante. Esse processo é repetido várias vezes até que um músculo se mova ou relaxe ou uma impressão sensorial seja notada pelo cérebro. Esses eventos eletroquímicos podem ser considerados a "linguagem" do sistema nervoso, pela qual as informações são transmitidas de uma parte do corpo a outra.






Fonte: www.sobiologia.com