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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Perigos que os fumantes ativos e passivos correm


Introdução

Na década de 70 surgem várias evidências científicas sobre os malefícios à saúde do não fumante que convive com o fumante, denominado tabagista passivo. Até os dias de hoje uma parcela bastante elevada de não-fumante encontra-se exposta à poluição tabagística ambiental (PTA) nas suas casas, no trabalho ou em momentos de lazer, como por exemplo, em alguns bares e restaurantes.
O tabagismo passivo é considerado como a 3ª maior causa de morte evitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, milhões de pessoas poderiam estar vivas caso não estivessem expostas à fumaça do tabaco e dos seus derivados. Nesse artigo vamos entender por que a fumaça do cigarro é tão prejudicial à saúde de quem fuma e também do não fumante.

Poluição tabágica ambiental (PTA)

A fumaça do tabaco e dos seus derivados é dividida didaticamente em corrente primária e secundária.

A corrente primária é formada pela fumaça inalada pelo fumante durante a tragada, nela são identificadas 4.720 substâncias tóxicas ao organismo, entre elas 43 cancerígenas.

A corrente secundária é formada pela fumaça exalada pelo fumante após a tragada, e pela fumaça que evola da ponta do cigarro acesso. Essa é a principal formadora da Poluição Tabágica Ambiental (PTA).

A PTA é responsável por 90% da poluição em ambientes fechados, sendo considerado o maior agente poluente dos domicílios e dos recintos de trabalho.

A PTA é formada durante 96% do tempo total da queima dos derivados do tabaco e nela encontram-se:

  • 3 vezes mais nicotina
  • 3 vezes mais monóxido de carbono
  • 50 vezes mais alcatrão
  • 52 vezes mais dimetilnitrosamina
  • 47 vezes mais amônia
  • 8 vezes mais dióxido de carbono
  • 4 vezes mais benzopireno
Através da inalação dessas substâncias é que o não fumante, exposto à fumaça do cigarro vai adoecer.

 A OMS estimou que metade de todas as crianças do mundo respira involuntariamente ar poluído pela fumaça do tabaco, principalmente em casa, onde reside pelo menos um fumante. Crianças cujos pais fumam dentro de casa, apresentam quinze vezes mais nicotina em seu corpo do que os filhos de não fumantes.
Custos da exposição à PTA
Segundo estudos da Sociedade de Atuários dos Estados Unidos os custos médicos diretos com o tabagista passivo chega a cifras em torno de 5 bilhões de dólares ao ano.
O mesmo estudo aponta que em relação aos custos médicos indiretos, que englobam, incapacidade física, perda salarial e dos benefícios relacionados, esses gastos alcançam mais 5 bilhões de dólares ao ano.

Medidas do nível de poluição ambiental

A cotinina é o principal metabólito da nicotina, sendo muito utilizada para a análise do contato ativo ou passivo com o tabaco.

Pode ser detectada no sangue, urina, saliva, podendo ser encontrada também no leite materno, muco cervical do colo do útero, líquido amniótico, cordão umbilical e no sangue do feto.  Após quatro horas de exposição ao fumo ou a PTA, a cotinina já pode ser dosada.
Outra forma de medida da PTA é através do nível de partículas suspensas no ar. Níveis em torno de 60 mcg/cm3 são considerados aceitáveis para o ser humano.

Em ambientes onde se fuma, o nível de partículas tóxicas suspensas no ar costuma ser bem superior ao limite aceitável.
Em uma festa pode atingir 200 mcg/cm3; em bares e restaurantes, 400 mcg/cm3; sala de jogos, 600 mcg/cm3, ou seja, respectivamente 3, 6 e 10 vezes maiores que os limites aceitáveis.
O monóxido de carbono (CO) é responsável por 3% a 6% da PTA. Segundo o  Instituto Nacional do Câncer – INCA – a concentração dessa substância na fumaça do cano de descarga de um carro é de 30 a 80 mil partes por milhão (ppm). Na fumaça do cigarro está em torno de 20 a 60 mil ppm, equivalente a 75% de CO expelido pelo escapamento.
Em ambiente fechado, onde há fumante, o nível de monóxido de carbono pode atingir limites absurdos, mais de três vezes o limite máximo aceitável.
Nenhum sistema de ventilação é eficaz para a retirada das partículas finas da fumaça do cigarro em ambientes fechados. Estudo conduzido por Seelig, comprova que somente com a força e velocidade de fluxo de ar de um TORNADO é que o ar estaria limpo das partículas tóxicas da fumaça do cigarro.

Tabagismo passivo e danos à saúde

Anualmente morrem nos EUA devido à exposição ao fumo passivo entre
35 a 37 mil indivíduos não tabagistas por Doença Cardíaca e 3 a 5 mil mortes por Câncer de Pulmão. O tabagismo passivo mata atualmente no Reino Unido 12 mil pessoas por ano.
A exposição doméstica a PTA causa pelo menos 3.600 mortes anualmente e no trabalho cerca de 700 mortes por ano. Em curto prazo é responsável por causar irritação nos olhos e nariz, tosse, dores de cabeça. Em adultos ocorre a piora dos sintomas de doenças cardíacas e respiratórias. A criança piora da asma e da bronquite, bem como tem com mais freqüência crises de sinusite, rinite, otite e amigdalite.
A médio e longo prazo a PTA é responsável pela redução da capacidade respiratória levando ao enfisema pulmonar, a bronquite, aumenta o risco deinfarto no coração, derrame cerebral e câncer de pulmão. As crianças têm um incremento em 50% na incidência de infecções respiratórias.
A revisão de estudos conduzida em 1992 pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency – EPA), concluiu que a exposição à poluição tabágica ambiental está relacionada com prejuízo do crescimento fetal, baixo peso do bebê ao nascer, fatores esses que aumentam a mortalidade logo após o nascimento, além do aumento no risco para a Síndrome da Morte Súbita na Infância.


Conclusão
Para diminuir os riscos a saúde do próprio fumante, que ao fumar em ambiente fechado, se expõe mais a PTA e também para não comprometer a saúde dos seus semelhantes, seria aconselhável que ao fumar o tabagista optasse por ambientes ao ar livre. Fumar na janela, entrada de portas não diminui os riscos, pois a corrente de ar carrega as partículas tóxicas para o interior do ambiente fechado poluindo-o.
O consumo de tabaco mata mais do que todas as mortes/ano causadas por HIV,drogas ilegaisconsumo de álcoolacidentes de viação, suicídios e homicídios, sendo por isso considerado pela Organização Mundial de Saúde - OMS (site em inglês) a primeira causa de morte evitável no mundo.
A OMS alerta para o fato de que os produtos do tabaco são os únicos produtos que matam cerca de metade dos consumidores quando usados como mandam os fabricantes.

No Brasil, por exigência legal, Resolução da ANVISA nº 46, de 23 de março de 2001, artigo 1º, determinou-se a obrigatoriedade do estabelecimento de teores máximos permitidos de nicotina, alcatrão e monóxido de carbono. Além dessas 3 substâncias conhecidas, existem outras 4.720 que são tóxicas ao organismo.

Substâncias tóxicas do cigarro

1- Nicotina
O cigarro é uma grande engenharia de veiculação, disponibilização e entrega do alcalóide de nicotina. Essa é a grande responsável pela sensação quase que imediata de prazer, facilitando a instalação da dependência. Quanto mais rápida uma substância psicoativa chega aocérebro, maior é o seu potencial de criar a dependência. A nicotina consegue em apenas 10 segundos fazer todo o percurso de ser inalada, absorvida pelo pulmão, passar para a corrente sanguínea e desencadear um impacto cerebral, liberando a dopamina, uma substância que propicia uma imensa sensação de prazer. Essa rapidez de impacto cerebral só é comparada com a cocaína.

A maioria dos cigarros contém até 10 miligramas de nicotina, porém em cada tragada o fumante absorve de 1 a 2 miligramas. A quantidade absorvida depende da característica individual da tragada que pode ser suave ou forte, com maior ou menor força de compressão dos lábios sobre o filtro. Assim cada fumante desenvolve sua forma peculiar de tragar, satisfazendo-se com a sua dose necessária de nicotina.

A vida média da nicotina no sangue é inferior a 2 horas, quando esse tempo se esgota, a concentração de nicotina no sangue reduz, surgindo os sintomas desagradáveis de abstinência, desencadeando no fumante o desejo de um novo cigarro.

Em 1997 a nicotina foi considerada pela Organização Mundial de Saúde uma droga psicoativa, responsável por causar dependência física.

Para reduzir o potencial de instalação da dependência, os cigarros teriam que ter uma diminuição em torno de 95% no seu teor de nicotina.

A nicotina é responsável pelo aumento do ritmo cardíaco, infarto agudo do miocárdio, derrame cerebral, angina, elevação da fração ruim do colesterol(LDL), menopausa precoce, gastrite, úlcera gástrica, enfisema pulmonar,bronquite crônica entre outras doenças. 







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